"Neste romance, escrito em Lisboa no período de três meses, entre 5 de novembro de 1980 e 12 de fevereiro de 1981, procurei reunir ambientes verdadeiros como cenário para personagens totalmente criados por mim. Sua leve inspiração - a do livro - me veio do conto 'Guida', publicado em 1972 no Suplemento Literário de O Estado de São Paulo e, anos mais tarde, 1980, na revista Colóquio Letras da Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa. Lido por Lygia Fagundes Telles, a grande escritora e amiga fez a pergunta: - 'Por que você jogou isto num conto? Deveria ser um romance. Acho que deve escrevê-lo.' E assim foi feito. Em seu desenrolar, os acontecimentos históricos que surgem no decorrer do entrecho aparecem em tempo de romance e não do calendário desses três meses em que redigi a narrativa. Na sua aparência primeira, a do princípio do livro, deve parecer obra fútil. Previno ao leitor que é um romance cruel e seu final, talvez, o mais carregado de dramaticidade de tudo quanto escrevi, ficando Guida, a figura principal, como um contraste entre seu fascínio e sua abissal personalidade. Depois do Memorial do Cristo não pretendia mais fazer outra obra. Aconteceu. Perguntou-me se Guida não é o reflexo de hoje de Margarida La Rocque de ontem? Respondam críticos, leitores. A criatividade ainda tem sua força de arrastar o leitor, como a torrente em que se transformou este livro, num mistério para sua própria autora que em três meses mudou, inteiramente, sua escrita. Lisboa, maio de 1981"
"Neste romance, escrito em Lisboa no período de três meses, entre 5 de novembro de 1980 e 12 de fevereiro de 1981, procurei reunir ambientes verdadeiros como cenário para personagens totalmente criados por mim. Sua leve inspiração - a do livro - me veio do conto 'Guida', publicado em 1972 no Suplemento Literário de O Estado de São Paulo e, anos mais tarde, 1980, na revista Colóquio Letras da Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa. Lido por Lygia Fagundes Telles, a grande escritora e amiga fez a pergunta: - 'Por que você jogou isto num conto? Deveria ser um romance. Acho que deve escrevê-lo.' E assim foi feito. Em seu desenrolar, os acontecimentos históricos que surgem no decorrer do entrecho aparecem em tempo de romance e não do calendário desses três meses em que redigi a narrativa. Na sua aparência primeira, a do princípio do livro, deve parecer obra fútil. Previno ao leitor que é um romance cruel e seu final, talvez, o mais carregado de dramaticidade de tudo quanto escrevi, ficando Guida, a figura principal, como um contraste entre seu fascínio e sua abissal personalidade. Depois do Memorial do Cristo não pretendia mais fazer outra obra. Aconteceu. Perguntou-me se Guida não é o reflexo de hoje de Margarida La Rocque de ontem? Respondam críticos, leitores. A criatividade ainda tem sua força de arrastar o leitor, como a torrente em que se transformou este livro, num mistério para sua própria autora que em três meses mudou, inteiramente, sua escrita. Lisboa, maio de 1981"