Histórias à Sombra do Montado

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Caraterizado por florestas de sobreiros ou azinheiras ordenadas nas planícies onduladas, o Montado é hoje a paisagem que simboliza o Alentejo, marcando a cultura, os ciclos de trabalho e a economia local. Constitui um dos ecossistemas mais ricos do mundo e Portugal tem a maior área a nível mundial . O Montado de sobro é uma verdadeira reserva de biodiversidade natural, incluindo fauna selvagem, pastagens e flora diversa. Para além da produção de cortiça, de lenha e bolota, apresenta também capacidade de sustentar outras atividades económicas com importância regional e local, nomeadamente a criação de carne de qualidade e de leite, enquanto bases da indústria agroalimentar, a apicultura, a recolha de cogumelos e de plantas aromáticas e medicinais, a caça, e as atividades turísticas . Acresce ainda o seu papel estratégico no equilíbrio ambiental, nomeadamente na conservação dos solos, regulação hidrológica e sequestro de carbono. Apesar da Assembleia da República ter reconhecido em 2011 o sobreiro como árvore nacional, de ser uma espécie protegida desde 2001, e de estar a pouco tempo de ser considerado paisagem cultural da humanidade pela UNESCO, o Montado de sobro encontra-se atualmente em declínio. A investigação que tem sido realizada tem concluído que as causas da mortalidade residem num conjunto de factores, muitos deles originados pela ação humana, como as más práticas agrícolas realizadas em algumas explorações, sendo as condições ecológicas um factor determinante no desencadear da situação, como o stress hídrico provocado por períodos de seca ou pluviosidade anormal que podem favorecer a propagação de doenças. Desta forma, quisemos construir um projeto que preste a merecida homenagem ao sobreiro e ao Montado de sobro, reforçando sentimentos de identidade e pertença que atravessam múltiplas gerações e, simultaneamente, possa contribuir para disseminar um conjunto de boas práticas para a preservação do Montado que podem ser implementadas por todos. Materializa-se na publicação de 4 histórias de banda desenhada, em que o sobreiro está sempre presente, de forma direta ou indireta, a serem distribuídos por todo o concelho de Odemira. As histórias, independentes entre si, foram escritas por Ana Bárbara Pedrosa, Ana Margarida de Carvalho, Afonso Cruz e Luís Afonso, e posteriormente ilustradas por Nuno Saraiva, Marta Teives, Joana Afonso e João Maio Pinto.