Este livro constitui uma espécie de síntese da natureza da nossa Ditadura e do seu chefe, Salazar, em especial o período em que na Europa vigoraram regimes de carácter autoritário, fascizante, fascista ou totalitário. Mais do que o homem, procurou-se estudar a sua acção e o seu ideário específico, bebido em correntes nacionais e internacionais que se procurou circunscrever e descrever. Salazar é um animal político de sangue frio, um ex-seminarista que pauta a sua ideologia e a sua prática de governo pelos ditames de uma mente formada pela Igreja, ainda que a sua Ditadura seja consensualista entre as direitas e os conservadorismos mais retrógrados.
Por outro lado, o seu ideologismo nunca é tão forte que se imponha inelutavelmente aos diversos elementos que se vêm a fundir no compósito “Estado Novo” salazarista, somatório aglutinador de várias formações partidárias e grupos, onde cabem todos os veios da Direita ou extrema-direita lusa.
E se alguns simpatizantes do Fascismo Italiano ou do Hitlerismo participaram em governos seus, não se conclua daí que houve componentes especificamente fascistas no seu regime. A separação de águas entre Salazar e os fascistas coevos prossegue, pois, como um dos temas centrais deste livro.
É nesse sentido que aqui se inclui um estudo comparativo entre Salazar e Franco. Interessou-nos mais a essência dos dois regimes do que as relações internacionais que pautaram as ditaduras do tempo, observação que é também válida para para o capítulo onde se examina uma edição germânica dos discursos de Salazar, apadrinhada por Goebbels.
Romper com os clichés do pronto a pensar intelectual, com o conformismo de quem prefere fórmulas fáceis a demorados exames críticos constitui uma das formas de ser a que o Autor já nos habituou, ao arrepio da facilidade que impera no nosso meio.
Language
Portuguese
Pages
312
Format
Paperback
Release
January 01, 2000
Salazar, Hitler e Franco: estudos sobre Salazar e a ditadura
Este livro constitui uma espécie de síntese da natureza da nossa Ditadura e do seu chefe, Salazar, em especial o período em que na Europa vigoraram regimes de carácter autoritário, fascizante, fascista ou totalitário. Mais do que o homem, procurou-se estudar a sua acção e o seu ideário específico, bebido em correntes nacionais e internacionais que se procurou circunscrever e descrever. Salazar é um animal político de sangue frio, um ex-seminarista que pauta a sua ideologia e a sua prática de governo pelos ditames de uma mente formada pela Igreja, ainda que a sua Ditadura seja consensualista entre as direitas e os conservadorismos mais retrógrados.
Por outro lado, o seu ideologismo nunca é tão forte que se imponha inelutavelmente aos diversos elementos que se vêm a fundir no compósito “Estado Novo” salazarista, somatório aglutinador de várias formações partidárias e grupos, onde cabem todos os veios da Direita ou extrema-direita lusa.
E se alguns simpatizantes do Fascismo Italiano ou do Hitlerismo participaram em governos seus, não se conclua daí que houve componentes especificamente fascistas no seu regime. A separação de águas entre Salazar e os fascistas coevos prossegue, pois, como um dos temas centrais deste livro.
É nesse sentido que aqui se inclui um estudo comparativo entre Salazar e Franco. Interessou-nos mais a essência dos dois regimes do que as relações internacionais que pautaram as ditaduras do tempo, observação que é também válida para para o capítulo onde se examina uma edição germânica dos discursos de Salazar, apadrinhada por Goebbels.
Romper com os clichés do pronto a pensar intelectual, com o conformismo de quem prefere fórmulas fáceis a demorados exames críticos constitui uma das formas de ser a que o Autor já nos habituou, ao arrepio da facilidade que impera no nosso meio.