Mulheres em Armas – A Participação Militar Feminina na Europa do Sul

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A partir do início dos anos 70 do século XX, o padrão histórico de participação de mulheres em actividades militares sofreu uma profunda alteração.

As Forças Armadas da maioria das democracias ocidentais passaram a admitir mulheres em circunstâncias de relativa equidade estatutária face aos seus pares masculinos, atribuindo-lhes progressivamente um conjunto de direitos e oportunidades que anteriormente lhes estavam vedadas. No início do século XXI perto de 300 000 mulheres prestavam serviço nas Forças Armadas de 18 países da NATO. Contudo, este processo desenvolveu-se com diferentes ritmos e configurações organizativas nos vários países. Aspectos como o acesso feminino a determinadas funções, às academias militares ou a posições hierárquicas superiores, revelam ainda enormes assimetrias.

Este estudo incide justamente sobre os processos de recrutamento e integração militar feminina em Portugal, numa perspectiva comparada com outros países da Europa do Sul, designadamente França, Espanha e Itália. Para além de uma análise global da situação das mulheres militares, escrutinam-se os factores que nos vários casos justificaram esta nova realidade, analisando e confrontando as políticas adoptadas com as características dos contextos sociais e organizativos de cada um dos países.

Visa-se, concretamente, responder às seguintes questões: qual a situação das mulheres nas Forças Armadas? que níveis de representação detêm? que funções desempenham? que exclusões confrontam? quem similitudes e diferenças se verificam entre os modelos adoptados nos vários países? Procura-se ainda que a análise efectuada possa constituir um suporte à tomada de decisão no processo de integração militar feminino no nosso país, tanto em termos da definição e implementação de políticas, como do seu acompanhamento e monitorização.