As lições de butô do dançarino Kazuo Ohno [1906–2010] sempre foram um enigma, tanto para os estrangeiros como para os próprios japoneses. O estranhamento parece ter sido o seu principal ponto de partida, como um exercício interminável de percepção do corpo, da memória, da vida e da morte. Nada é literal nem reproduzível. Por isso, esta tradução poética do universo metafórico de seus treinamentos, ocorridos entre o final dos anos 1970 e 1997, não deve ser lida como um manual de instruções; e sim como o testemunho de um artista, diluído na experiência da vida por um fio — ali onde o abismo das palavras e do corpo se encontram em movimento, transformando luz, inseto, coração e flor em estados de vida.
As lições de butô do dançarino Kazuo Ohno [1906–2010] sempre foram um enigma, tanto para os estrangeiros como para os próprios japoneses. O estranhamento parece ter sido o seu principal ponto de partida, como um exercício interminável de percepção do corpo, da memória, da vida e da morte. Nada é literal nem reproduzível. Por isso, esta tradução poética do universo metafórico de seus treinamentos, ocorridos entre o final dos anos 1970 e 1997, não deve ser lida como um manual de instruções; e sim como o testemunho de um artista, diluído na experiência da vida por um fio — ali onde o abismo das palavras e do corpo se encontram em movimento, transformando luz, inseto, coração e flor em estados de vida.