«Cento e vinte e quatro anos depois da sessão dos Lumière, já não nos assustamos quando o comboio avança na nossa direcção. Ou será que ainda nos assustamos? Habituámo-nos às imagens em movimento, mas continuamos assombrados com a sua força visual e emotiva, tão assombrados como em 1895. E porque entretanto transitámos de uma civilização do verbo para uma civilização da imagem, o cinema e as outras imagens audiovisuais confundem-se agora com o nosso imaginário. De modo que não sabemos o que vimos verdadeiramente visto ou o que imaginamos por termos visto.
Alguns dos textos desta edição confirmam uma evidência: a evidência de que o cinema é, desde a infância, uma das maneiras de conhecermos o mundo. Conhecemos o mundo cinematograficamente, quer dizer, incorporámos na nossa 'forma mentis' uma linguagem, uma imagética, uma gramática, uma suspensão voluntária da descrença.»
— Pedro Mexia
«Cento e vinte e quatro anos depois da sessão dos Lumière, já não nos assustamos quando o comboio avança na nossa direcção. Ou será que ainda nos assustamos? Habituámo-nos às imagens em movimento, mas continuamos assombrados com a sua força visual e emotiva, tão assombrados como em 1895. E porque entretanto transitámos de uma civilização do verbo para uma civilização da imagem, o cinema e as outras imagens audiovisuais confundem-se agora com o nosso imaginário. De modo que não sabemos o que vimos verdadeiramente visto ou o que imaginamos por termos visto.
Alguns dos textos desta edição confirmam uma evidência: a evidência de que o cinema é, desde a infância, uma das maneiras de conhecermos o mundo. Conhecemos o mundo cinematograficamente, quer dizer, incorporámos na nossa 'forma mentis' uma linguagem, uma imagética, uma gramática, uma suspensão voluntária da descrença.»
— Pedro Mexia