O presente ensaio versa sobre um dos temas mais característicos da cultura galaico-portuguesa e lusófona, apresentando uma nova filosofia da saudade como a memória e o desejo que todos os seres têm da sua natureza primordial e que se revelam nas experiências mais gratificantes da vida. A sua novidade - além da reflexão aprofundada sobre a etimologia e a semântica da palavra, além da exploração da relação entre a saudade e as possibilidades da consciência e da existência - reside em assumir-se como ponto de partida de uma via de libertação e transformação efectiva de si e do mundo, a percorrer mediante um exercício ético-meditativo e uma linha de acção concreta. Recria-se assim a tradição galaico-portuguesa e lusófona da saudade, mostrando toda a sua universalidade. Na mesma medida em que transcende o universo linguístico e cultural onde radica, a saudade - aspecto fundamental do ser divino, humano e cósmico - revela simultaneamente, pela riqueza e singularidade da sua evolução semântica do latim para o galaico-português, toda a potencialidade deste para se tornar matriz de uma profunda visão filosófica da natureza primordial, da existência universal e da possibilidade de um despertar libertador. Por via da saudade, a filosofia regressa às suas origens: não mera busca intelectual e conceptual do saber, mas uma arte e um modo integral de vida.
O presente ensaio versa sobre um dos temas mais característicos da cultura galaico-portuguesa e lusófona, apresentando uma nova filosofia da saudade como a memória e o desejo que todos os seres têm da sua natureza primordial e que se revelam nas experiências mais gratificantes da vida. A sua novidade - além da reflexão aprofundada sobre a etimologia e a semântica da palavra, além da exploração da relação entre a saudade e as possibilidades da consciência e da existência - reside em assumir-se como ponto de partida de uma via de libertação e transformação efectiva de si e do mundo, a percorrer mediante um exercício ético-meditativo e uma linha de acção concreta. Recria-se assim a tradição galaico-portuguesa e lusófona da saudade, mostrando toda a sua universalidade. Na mesma medida em que transcende o universo linguístico e cultural onde radica, a saudade - aspecto fundamental do ser divino, humano e cósmico - revela simultaneamente, pela riqueza e singularidade da sua evolução semântica do latim para o galaico-português, toda a potencialidade deste para se tornar matriz de uma profunda visão filosófica da natureza primordial, da existência universal e da possibilidade de um despertar libertador. Por via da saudade, a filosofia regressa às suas origens: não mera busca intelectual e conceptual do saber, mas uma arte e um modo integral de vida.